interrogar…

“Jean Rostand disse-me apenas exemplarmente que, à minha maneira, interrogasse sem descanso a realidade. Assim fiz. Como ele, não cheguei a certeza nenhuma , pois que investigar é o mais paciente recurso que o homem tem de não se render ao absurdo. A este absurdo de  vir e de partir com a mesma sem-razão dos sonhos”
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In Miguel Torga, Diário, Vol XIII 
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Resta-me continuar a minha busca encetada desde que me lembro, a abarcar uma amplitude sempre nova que desconheço.
IMJ
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8 respostas a interrogar…

  1. Assim é, Isabel. Todos nós, mais ou menos conscientemente, continuamos essa busca iniciada desde que nos lembramos de existir.
    Abraço grande! 🙂

    • … uma busca que não termina, não é mesmo?
      E a Maria João, como tem estado?
      Já foi fazer os seus “exames”? Já sabe resultados?
      Um beijinho amigo a desejar-lhe tudo de melhor
      Sempre,
      Isabel

  2. João Nuno diz:

    Querida Isabel, deixo-lhe hoje uma citação que me diz muito. Nada melhor do que partilhá-la consigo! Beijinhos.

    “As pessoas têm estrelas que não são idênticas para todas. Para umas, que viajam, as estrelas são guias. Para outras, não passam de pequenas luzes. Para outras, que são sábias, são problemas. Para o meu homem de negócios, eram ouro. Todas essas estrelas são mudas. Mas tu, tu terás estrelas como ninguém tem. (…) Quando olhares para o céu, à noite, já que moro numa delas, já que me estou a rir numa delas, é como se todas as estrelas se rissem para ti. Tu, tu terás estrelas que sabem rir! (…) E quando já te tiveres consolado (as pessoas consolam-se sempre), ficarás contente por me teres conhecido. Serás sempre meu amigo.”
    Antoine de Saint-Exupéry (O Principezinho)

    • Obrigada João Nuno…
      … estou a precisar de olhar as estrelas. Sentir a forma, com que as olho… a forma como as quero olhar.
      Depois, sem regras matemáticas, descobrir, quem sabe, naquele momento… pelo menos naquele momento, como as olho, afinal!
      É bom sentir os amigos, JN, e poder falar com eles de estrelas, de procuras, de desencontros, de falhas, de descobertas… de encantos e desencantos…e saber como foi bem tê-los conhecido… conhecê-los cada dia mais e melhor!
      Um beijinho amigo, com muita ternura,
      Isabel

  3. Vicente diz:

    estou cansado de gente…

    “Estou cansado, é claro,
    Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.

    De que estou cansado, não sei:
    De nada me serviria sabê-lo,
    Pois o cansaço fica na mesma.

    A ferida dói como dói
    E não em função da causa que a produziu.

    Sim, estou cansado,
    E um pouco sorridente
    De o cansaço ser só isto.

    Uma vontade de sono no corpo,
    Um desejo de não pensar na alma,
    E por cima de tudo uma transparência lúcida
    Do entendimento retrospectivo…
    E a luxúria única de não ter já esperanças?

    Sou inteligente; eis tudo.

    Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
    E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
    Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.”

    Álvaro de Campos

    • como adivinha, Manuel?
      … é que estou cansada, mesmo!…
      … e se o sorriso vai saindo espontâneo e livre ao longo do dia, mesmo quando esse cansaço é já consciênte, a esta hora, confesso, já nem um pouco sorridente. Questões musculares talvez… porque por dentro sorrio. Ao entendimento. À partilha.
      Prazer no cansaço… neste momento, não tenho.
      Terminei agora o dia que se estende desde bem cedo… reconheço que devia agradecer… e até agradeço… mas vem outro lado de mim que tropeça na vontade de uma resistencia de aço que não tenho e duma força que me fizesse prolongar noite fora tanto do que me apetecia ainda ser capaz de fazer!…
      …mas sorrio Manuel. Sorrio sim. Com músculos e tudo. E prazer de ainda aqui dizer mais qualquer coisa.
      Já está por cá?
      Saudades e um abraço
      Isabel

      • Fernanda Matias diz:

        Olá Isabel

        Quando iniciei a leitura do poema de Sophia assustei-me, pela temática. Depois, vi que a sua Mãe já está num local adequado (foi para isso que foram criadas as Unidades de Cuidados Continuados) e volte a casa com a autonomia possível, para continuar a ter qualidade de vida.
        Não sei fazer poemas e então deixo-lhe um grande abraço e desejos que continue a sorrir, mesmo com os musculos, apesar de tudo………….

        Fernanda Matias

      • Olá Fernanda
        Os estados de espírito podem ser vários….e associados a tantas emoções que nos preenchem ao longo dos dias e tanto do que vamos reflectindo acerca e nós próprios e dos que nos cerca, das nossas múltiplas vivências…
        Felizmente a minha mãe parece melhorar…
        …mas o poema que escolhi, tem a ver comigo mesma!
        … e gosto memso muito do poema!
        Obrigada pelo seu interesse.
        Beijinho
        Isabel

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