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Cruzamento de palavras
Caminho ao longo do rio.
A cidade está cheia da luz de fim de tarde.
O sol, já baixo, faz cintilar as folhas nos lugares mais altos das copas das árvores, ainda.
Empresta-lhes cor e brilho que sob olhar atento mudam a cada gesto nosso, cruzado com outros gestos. O das próprias folhas e aparentemente do próprio sol, que, quieto, quase consegue iludir-nos na aparente fuga para lá do horizonte.
Giramos sem dar conta.
No lugar do pensamento giram em mim, em gestos de final de vertigem, palavras.
Cruzo palavras na minha reflexão do dia.
Utopia.
Vasculho a recordação de utopia.
Esqueço Thomas More.
Isolo quanto posso e sei a palavra, no significado de dicionário.
Reduzo-a à ideia de irreal… irrealizável.
Continuo a caminhada.
O sol mais baixo. O brilho acentuado noutras folhas. As sombras ainda sem obscurecerem os contornos.
Evidencia-os a certeza do momento, enquanto a incerteza das palavras teima em cruzar-se no lugar do pensamento que passeio comigo neste fim de tarde.
A água faz o rio e escorre aparentemente parada.
Idealista.
Acelera-se-me o coração e alma, na digladiação entre culpa e orgulho.
E reflecte-se-me a imagem na água.
Não sonho acordada. Continuo a caminhada. O sol agora a fazer brilhar a base das copas e a projectar o brilho entre todos os espaços transparentes e vivos neste fim de tarde.
E continuo, séria, a cruzar palavras a cada passada.
Realista.
E tenho a certeza, no momento, de cada passo. Do entrecruzado para além das palavras. Do pensamento aceso na alma. Da vida cheia em cada gesto…
…e, a cruzar, mais do que palavras, sinto persistência, crença, convicção, paixão, entrega, trabalho…
Volto à utopia, idealismo, realismo, à medida que a terra progride e o sol se põe.
Inverto a ordem. Cruzo-a. E cruzo os sentidos como as palavras. E do cruzamento, novos caminhos, novas imagens, novas crenças, novas construções, novos resultados…
como filhos nascidos, do cruzamento de muitas raças.
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“Tenta-te orientar pelo calendário das flores, esquece, por um momento os números,
a semana, o dia do teu nascimento. Se conseguires ser leve, aproveita, enche tuas malas de sonho e toma uma boleia do vento.”
Fernando Campanella
Caro Pu-Jie… às vezes apanho boleia sim, no vento. Ou o vento simplesmente transporta-me a esse mundo de sonho, onde descobrimos por vezes o aparentemente impossível.
Já antiga, mas sempre actual esta frase…
“Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras.”
Reinhold Niebuhr
Um beijinho, amiga Isabel.
João Nuno
João Nuno
“Concedei-nos, Senhor!…”
Há tanto para aprender!
…e aprender é para mim uma necessidade enorme e um enorme prazer, também.
Beijinho e obrigada por continuar por aqui